Face a face com o próprio medo!

Assim como nossa própria sombra, todos nós temos pelo menos um grande medo que nos acompanha constantemente, independente da nossa vontade. A forma como lidamos com este medo, de múltiplas faces e dimensões, faz uma enorme diferença. Não precisa ser gênio para saber que enfrentar os próprios medos não é tarefa fácil.É bem verdade que muitos preferem não mexer em vespeiro para não ter trabalho ou correr o risco de se machucar, enquanto outros se sentem angustiados, pois algo lhes impede de alçar voos mais altos.

O curioso é que quando pensamos no medo, tudo parece tão sombrio, gigantesco e catastrófico que nos faz postergar o grande momento de enfrentamento e superação.

O despertar para o duelo a ser travado começa quando finalmente identificamos exatamente a sua face, que tanto nos limita, prende, trava e que nos faz esmorecer e até parar. Tentamos nos preparar nos aprofundando na busca de informações sobre o “adversário”, estudando possíveis estratégias.

No entanto, quando sentimos que a necessidade de avançar se torna insuportável e vem aliada à enorme vontade de transpor a barreira, este é o sinal que faltava para indicar a hora de entrar no ringue e partir para o combate.

A partir daí, resta ter coragem para lutar por si mesmo, por seus sonhos, pela vontade de seguir em frente no curso da sua vida, aprendendo e apoderando-se do próprio destino e, consequentemente, de suas próprias escolhas.

Depois de superado o enfrentamento, percebe-se que o opositor era bem menor e menos forte do que o imaginado. A melhor parte é quando se consegue encarar o medo de igual para igual, olho no olho. Mesmo que a vitória não seja por nocaute, percebemos que o leão que imaginávamos ser o opositor, na verdade era o que precisávamos nos tornar para seguir com garra, autoconfiança e firmeza para seguir o próprio caminho.

Um sonho estranho, mas não um pesadelo!

Certa vez tive um sonho, no qual eu entrava num quarto pequeno e vazio, pouco iluminado. Porém, havia um quadro pendurado na parede. Quando me aproximei, vi que no quadro havia um antigo poço de pedras, lindamente retratado.

Não sei como me transportei para aquele poço. Eu estava debruçada nele, olhando para o seu fundo escuro e silencioso. De repente, vi um par de olhos luminosos se abrirem, me encarando sem piscar. Eu sentia sua escalada em minha direção. Sua aproximação até a superfície seria uma questão de segundos… Até que este “ser” saiu do poço por completo. Ao mesmo tempo em que sentia uma profunda aflição, algo não me deixava fugir daquele momento único. Eu estava intrigada e curiosa!
Estávamos nariz com nariz, olho no olho.

Percebi que sua forma era semelhante à de um humano: éramos do mesmo tamanho.

Seu corpo estava coberto de lama escura, sua cabeça era nua com uma silhueta muito familiar. Parecia que o meu “outro lado” se revelara a mim.

Acordei intrigada, mas feliz em ter me mantido firme e forte encarando o desconhecido que parecia ser maior e cruel. Entretanto, não deixei que nenhuma lente aumentasse seu real tamanho, amplificasse seu poder e nem destruísse o meu sonho de seguir. Quanta coragem em me encarar, me desafiar!

Não seria mais fácil (ou melhor: menos complicado) encontrarmos um corpo para este temido “ser” chamado medo? Não facilitaria na hora do combate? Talvez a personificação do medo seja o sinal de que o grande enfrentamento se aproxima. Vai saber…

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Jana Carvalho

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